"O perdão é como um fiozinho de luz que chega tímido. É preciso caminhar, devagar, da escuridão para a luz a fim de que a pressa não ofusque o olhar. Na travessia, pode-se perceber a complexidade dos seres humanos e de como as emoções desafiam a arte de amar.
Todavia, surge o desejo de se enfrentar a escuridão e do apresentar-se a si mesmo, revelando lados escuros e luminosos. Isto exige coragem e trabalho. E deste novo passo brota a consciência de que o perdão desperta a verdadeira bondade dentro de cada um, e que este gesto é uma decisão interna; é algo que se oferece e, paradoxalmente, algo que você presenteia a si mesmo. Shakespeare já dizia: "guardar rancor, ressentimento, é como tomar veneno e ficar esperando que o outro morra." Sábias palavras do escritor inglês. Para se vivenciar o perdão é preciso tomar contato com as emoções, impedimentos internos, e tirar máscaras! A raiva é uma linguagem a ser interpretada: debaixo de uma agressão, de uma ofensa, pode estar um pedido de socorro, de reconhecimento.
Na caminhada há avanços e recuos e, em certos momentos surge a indagação: Existe perdão para coisas imperdoáveis?! Aos poucos, percebe-se que depende do querer desvencilhar-se de correntes antigas e de fatos imaginados como "imperdoáveis".
Durante todo o processo é possível começar a vislumbrar uma outra forma de compreender o "agressor" e a si mesmo. A consciência da interrupção brusca ou nunca imaginada de sonhos e projetos, pode ser uma forte armadilha para não se permitir o perdão.
A partir da libertação do ardil do passado, pode nascer um novo olhar para o presente e o compromisso de se assumir como co-criador de sua própria realidade e deixar de se ver apenas como vítima dos outros e/ou das situações. Você pode se surpreender, com o que o amor é capaz de fazer.
Afinal, quer fazer Deus rir? Conte a Ele os seus planos..."
Postado por
Aninha Villar
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