A morte esteve muito perto de mim ultimamente. Não de mim, EU, mas de mim, FAMÍLIA.
Não, não perdi ninguém. Não ontem. Mas foi bem quase...
Acordei às 4:24 da manhã, ouvindo meu irmão chorando, um choro desesperado e desesperador no telefone com meu pai, que corria de um lado pro outro, vestindo a roupa, acordando a minha mãe e pegando a chave do carro dele pra ir, correndo, ao encontro do meu irmão.
Levantei e não sabia o que fazer, tremia tudo. As pernas, as mãos, até os dentes. A única coisa que eu sabia era que estava tudo bem, pois ouvi minha mãe gritar antes de bater a porta, a seguinte frase:
--- O Felipe capotou o carro! Mas tá tudo bem!
Tá tudo bem?! Mas tá tudo bem do tipo, ele tá vivo e orientado, ou do tipo ele tá vivo e nunca mais vai andar, ou algo assim? Eu não sabia.
Graças a Deus, tava tudo bem do primeiro tipo. O problema foi quando eu tive que ir no local do acidente pra ir buscar meu pai, e ver o que realmente tinha acontecido. Que o carro deu PT todo mundo já deve imaginar. Mas além disso, tinha um barranco enorme, e se o carro tivesse escorregado um metro a mais, teria caído lá.
Ok, acho que estou criando uma barreira em mim, pra proteger os meus. Na hora foi tudo tranquilo, pegamos as coisas do carro e deixamos o resto na mão do guincho. Fomos pro hospital ver como ele estava.. A única coisa que eu tinha era raiva dele. MUITA raiva. Raiva, pq todo mundo sabia que um dia isso ia acontecer; mas ele teve que continuar indo pra casa às 4:24 da manhã, pra o pior acontecer, e oxalá pelo menos agora ele pare com essas imbecilidades.
Raiva, porque ele não precisa disso. Raiva porque ele é meu irmão. Raiva, porque eu ele é muito amado. Principalmente por mim. Muito mesmo. Porque além de irmão, ele é conselheiro, cumplice, amigo, palhaço, me anima, me ajuda, cuida de mim. É um tipo diferente de irmão. Diferente de ser simplesmente outro filho do meu pai e da minha mãe. Ele é o Felipe. E se alguma coisa tivesse acontecido com ele, eu não ia ter cabeça pra aguentar. Não depois do começo conturbado de ano com toda a história da minha vózinha. E talvez, nem antes disso.
No começo eu senti raiva. Agora eu sinto alívio, e essa dor, esse desgaste de ter que ver tudo, e de ter que imaginar coisas que eu não gostaria.
Vou lá dar um beijo e um abraço naquele filhodaputa, e mandar ele ir tomarnocú por toda essa história. Porque eu o amo MUITO. Mas é de um muito sem dimensão...
Postado por
Aninha Villar
0 comentários:
Postar um comentário